Os cavalos brancos nunca te saem da cabeça. Os médicos juram que os tiveste, que ignoramos afinal uma parte de ti. Uma parte tão profunda ao ponto de não te reconhecermos naquilo que dizes. Pergunto-me se alguma vez nos reconhecemos naquilo que dizemos. Avanço. Não tenho medo. Ou pelo menos julgo não ter. Peço explicações, qualquer coisa que me alimente, qualquer coisa que me encha o punho de raiva e me faça ter a certeza que não pertencemos aqui.
Saio apressado. Tonto pelo medo. Embriagado pela estupidez com que entupo os ouvidos da mãe de palavras ocas. Pergunto-me como podemos ser credíveis quando nem em nós próprios acreditamos.
Desisto de mim. Não te ti. De ti não poderia desistir. Não sem uma explicação. Algo que termine com um simples ponto final.

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